Mais de 82% das águas utilizadas para banhos em Portugal, desde praias a rios, tinham em 2024 uma qualidade considerada excelente para este efeito, de acordo com um relatório divulgado pela Agência Europeia do Ambiente. Num ranking elaborado pela União Europeia e que partilhamos em baixo, Portugal perde para Espanha, Itália, Malta, Croácia, Grécia e Chipre, entre outros. Face a França, Portugal está numa posição melhor.

Segundo o relatório sobre a qualidade das águas para banhos, em Portugal foram recolhidas amostras de 673 locais, 512 da zona costeira.
Destas amostras, 556 (82,6%) são de qualidade “excelente”, 73 (10,8%) são de qualidade “boa” e apenas 9 (1,3%) são de qualidade “fraca”. Vinte amostras (3%) não foram classificadas.
A classificação tem por base dois parâmetros microbiológicos: a presença da bateria Escherichia coli e enterococci intestinal.
Dos 673 locais analisados, 633 estão a ser continuamente monitorizados e foram identificados mais 25.
Foram identificadas em Portugal 673 águas balneares, sendo que 526 são no Continente, 87 na Região Autónoma dos Açores e 60 na Região Autónoma da Madeira. Esta identificação foi realizada através da Portaria n.º 205-A/2025/1, de 30 de abril, que procede à identificação das águas balneares, costeiras, de transição e interiores para o ano de 2025, bem como à qualificação, como praias de banhos, das praias marítimas e das praias de águas fluviais e lacustres, em território nacional, e à fixação das respetivas épocas balneares para o ano de 2025.
Apenas dois locais sofreram alterações na qualidade da água para banhos.
Nos últimos 30 anos, o ano de 1995 foi o que teve uma classificação pior nas águas costeiras. Ainda assim, a maioria das amostras recolhidas apresentavam valores “excelentes” para banhos.
Os dados recolhidos incluem Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e dos Açores.
Olhando para os dados dos restantes países europeus, Chipre, Bulgária e Grécia foram aqueles que alcançaram uma mais elevada classificação.
Por seu lado, em 2024, 332 águas balneares na UE (1,5% do total) eram de má qualidade, em comparação com 1,9% em 2009. Embora o número de águas de má qualidade tenha estabilizado nos últimos anos, surgem problemas quando a água é frequentemente afetada por poluição de curta duração, explica a UE. A poluição de curta duração pode ocorrer, por exemplo, durante chuvas fortes, quando as estações de tratamento de águas residuais não têm capacidade suficiente e são libertadas águas residuais não tratadas.
Em quatro países da UE, em 2024, a qualidade era má em 3% ou mais das águas balneares:
Estónia (com um total de 3 águas – 4,6% de todas as águas balneares do país – de má qualidade);
Suécia (19 – 4,0%);
Países Baixos (29 – 3,9%);
França (115 – 3,4%).

“É obrigatório avaliar as fontes de poluição nas zonas de captação das águas com má qualidade e aplicar medidas de gestão integrada da água para recuperar a qualidade da água, pelo menos, para o estado mínimo exigido para as águas balneares”, refere a UE.
Bruxelas acrescenta ainda que “nas águas balneares em que as origens ou causas da poluição são específicas do local, são necessários estudos especiais das fontes de poluição e deve ser disponibilizada melhor informação aos banhistas. As águas balneares classificadas como medíocres num determinado ano devem ser encerradas durante toda a época balnear seguinte, com a adoção de medidas para reduzir a poluição e eliminar os riscos para a saúde dos banhistas”.
Em 2024, na UE, 67 das 321 zonas balneares tinham melhorado de má qualidade em 2023 para uma qualidade pelo menos suficiente, enquanto 215 continuavam a ser de má qualidade. As restantes 39 águas perderam a sua designação como águas balneares ou não puderam ser avaliadas: “Tal deveu-se a medidas que afectaram a qualidade das águas balneares ou ao facto de não estar disponível o número mínimo de amostras de monitorização necessárias para a avaliação”, conclui.