Eliminar o plástico de uso único é um dos maiores desafios da transição para uma economia mais sustentável e, no setor da restauração, a tendência é para que talheres e louça tenham o menor impacto ecológico possível. E há quem esteja a olhar para o passado para encontrar respostas — com a ajuda da tecnologia. A GaeaStar, uma startup baseada em São Francisco, está a desenvolver louça descartável feita exclusivamente com três ingredientes naturais: argila, água e sal.

A proposta da empresa é simples, mas ambiciosa: substituir os copos e pratos descartáveis de plástico por versões biodegradáveis, produzidas localmente através de impressão 3D. O objetivo é eliminar resíduos, reduzir a pegada de carbono e oferecer uma alternativa viável e escalável ao descartável tradicional.

A inspiração vem de longe. O fundador da GaeaStar, Sanjeev Mankotia, recuperou uma prática ancestral do seu país de origem, a Índia: os kulhars, copos de barro usados há milhares de anos e descartados após uma única utilização — sem qualquer impacto ambiental.

A ideia foi fundir esta tradição milenar com tecnologia moderna, criando uma solução inovadora para um problema muito atual.

Ao usar impressão 3D, a startup consegue produzir louça descartável com grande precisão e quase sem desperdício de materiais. O fabrico sob pedido e próximo do ponto de consumo permite ainda reduzir significativamente os custos e emissões associadas ao transporte e armazenamento.

Apesar de estar ainda numa fase inicial, a GaeaStar já despertou o interesse de investidores e marcas que procuram alinhar-se com práticas mais sustentáveis. O potencial está na escalabilidade: copos e pratos feitos de barro que se usam uma vez e desaparecem sem deixar rasto — literalmente.

A empresa está agora a testar o modelo em diferentes mercados, com vista à produção em maior escala. E num mundo que consome milhares de milhões de produtos descartáveis por ano, soluções como esta podem mesmo fazer a diferença, podendo, de acordo com a empresa, vir a aplicar-se noutros setores.

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