Uma inovação desenvolvida no Brasil promete transformar a forma como se calcula o carbono armazenado nos solos, etapa fundamental para ações de mitigação das alterações climáticas. Investigadores da Embrapa Instrumentação criaram um método que utiliza laser e inteligência artificial para estimar, numa única análise, a densidade aparente e o teor de carbono do solo.
A nova técnica, baseada na espectroscopia de emissão por plasma induzido por laser (LIBS na sigla inglesa), é mais rápida, precisa e económica do que os métodos tradicionais, como o do anel volumétrico, que exigem amostras não perturbadas e etapas demoradas de recolha e preparação. Com esta abordagem, é possível simplificar o cálculo do estoque de carbono no solo, reduzindo custos e tempo de análise.
Segundo o investigador Paulino Ribeiro Villas-Boas, que assina o trabalho em coautoria com Ladislau Martin Neto e Débora Milori, o método combina uma técnica fotónica com um modelo de aprendizagem automática capaz de estimar, simultaneamente, a densidade e o teor de carbono. “O modelo permite realizar inventários de carbono com maior resolução e frequência, o que é essencial para o avanço de práticas agrícolas sustentáveis e do mercado de créditos de carbono”, explica o investigador em comunicado.
A solução é especialmente adequada para aplicações em larga escala, como a agricultura de precisão e a monitorização ambiental, contribuindo para estratégias de adaptação e mitigação das alterações climáticas.
O método já tem pedido de patente depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e encontra-se em processo de licenciamento junto do sector privado.
Fotografia: Embrapa





